Robôs Domésticos


A palavra robô significa trabalho forçado e foi criada a partir de ficção científica. A robótica, ciência que estuda a construção e programação de robôs tem algumas promessas feitas por seus precursores, sendo que uma delas, é que teríamos robôs domésticos dentro das nossas casas até o final do século. Contudo, estamos muito longe tecnologicamente de ter um robô com toda a capacidade, inteligência e qualidade de uma empregada doméstica.
        O problema está na construção de um robô que consiga englobar todas essas características, para substituir uma pessoa. Hoje já existem robôs com capacidade de fazer alguns trabalhos domésticos como passar um aspirador de pó, outros capazes de fazer uma refeição misturando ingredientes e outros utilizando sistemas inteligentes que podem controlar o ambiente de uma casa. Quem não gostaria de poder ter em casa uma empregada que fizesse todo o serviço doméstico e ainda cuidasse das crianças e o melhor, sem custo e reclamações. Mas um robô apenas que faça tudo isso, ainda não pode ser criado.
        Os robôs atuais são na maioria industriais e produzidos sem inteligência. São criados para serem utilizados em tarefas que podem ser feitas em seqüências programadas ou processos repetidos, utilizando movimentos complexos como pegar, soltar, agarrar, puxar, etc. Esses robôs se saem bem em suas tarefas, até precisarem de sentidos, como a visão, audição e o tato. No caso de uma empregada doméstica, seriam necessários todos os sentidos para conseguir fazer muitas tarefas como uma refeição, sabendo desde a hora que os ingredientes devem ser colocados na panela até a hora em que eles devem ser retirados. Ainda como operações intermediárias, precisaria saber qual a quantidade certa de cada ingrediente, para colocar no local certo, na hora certa, com uma temperatura certa, entre outras.
        Modelos de robôs com um grau mínimo de "inteligência" estão sendo conseguidos através de pesquisas realizadas em centros avançados em robótica, nos EUA, Europa e Japão. Segundo o artigo publicado no Jornal Correio Popular, Caderno de Informática 95, Campinas, por Renato M.E. Sabbatini, um laboratório japonês produziu um robô com visão, que consegue ler uma partitura musical, e interpretá-la ao piano. Outra universidade, na Alemanha, desenvolveu um veículo robótico autônomo, que "navega" através de uma sala cheia de obstáculos, usando um sistema visual com três olhos (os cientistas alemães acham que assim é mais fácil obter cenas tridimensionais do ambiente). Uma empresa comercializa as primeiras mãos robóticas que tem sensação de tato e que regulam automaticamente a pressão exercida sobre os objetos apanhados por ela.
        Existe uma nova tecnologia chamada neurocomputação que está sendo usada para futuros robôs. Essa nova tecnologia faz uso das Redes Neurais Artificiais que se baseiam na visão da Inteligência Artificial Conexionista, onde se acredita que construindo um sistema que simule a estrutura cerebral humana, este apresentará inteligência e será capaz de aprender, assimilar, errar e, com esta experiência, adquirir novos conhecimentos. Os modelos neurais procuram aproximar o processamento dos computadores ao cérebro. As redes neurais possuem um grau de interconexão similar a estrutura do cérebro e num computador convencional moderno a informação é transferida em tempos específicos dentro de um relacionamento com um sinal para sincronização, onde entra então a neurocomputação.
        A principal força na estrutura de redes neurais reside em suas habilidades de adaptação e aprendizagem. A habilidade de adaptação e aprendizagem pelo ambiente significa que modelos de redes neurais podem lidar com dados imprecisos e situações não totalmente definidas. Uma rede treinada de maneira razoável tem a habilidade de generalizar quando é solicitada a entradas que não estão presentes em dados já conhecidos por ela. As redes neurais são baseadas nas características de seres biológicos, e acredita-se que surgirá, em um futuro próximo, uma geração completa de novos sistemas computacionais, muito mais eficientes e inteligentes que os sistemas atuais.

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